sábado, 13 de agosto de 2011

Boa tarde,

É com profunda surpresa que vos agradeço a resposta à minha mensagem. Confesso que já tinha desistido de receber respostas aos meus e-mails, quer do Record, quer de qualquer outro órgão de Comunicação Social, quer até do meu clube. É bom saber que as mensagens dos leitores são, de facto lidas.

No entanto, a resposta, (citada em baixo), que recebi não me satisfez.

Agradeço ao leitor o seu texto e o livre e correto exercício (salvo o último parágrafo, talvez...) do seu direito à discordância. E só não lhe dou uma resposta com a mesma dimensão porque a minha posição e a do Record são conhecidas e não mudam ao sabor de concordâncias e discordâncias: contamos a Taça Latina como título.

A FIFA tem outra "decisão oficial"? Ótimo, quando fizermos o ranking de títulos segundo a FIFA não deixaremos de respeitar essa decisão.

Mas quando elaborarmos o nosso ranking, fá-lo-emos segundo os nossos critérios. E sabe o leitor porquê? Porque não temos tutelas e não respondemos perante a FIFA, nem qualquer outra entidade. Respondemos apenas perante a lei e os leitores, e são eles, no apoio do trabalho que fazemos – e não do que alguns acham que devíamos fazer – que nos dão a liderança da imprensa desportiva em Portugal.

Quem não concordar connosco, sabe o que fazer: segue a concorrência, nomeadamente aquela que dá, aos adeptos ferrenhos de cada um dos dois clubes em causa, exatamente – e só – o que eles pretendem ler. Nessa política não entrará o Record.


Em primeiro lugar, a FIFA não tem outra decisão oficial. Tem a decisão oficial, e a única que é válida. Não há duas, nem três decisões oficiais, independentemente de quem as emanou: há uma, e é a da FIFA.

Depois, eu lamento, mas continuo a não entender como é que pode haver disparidade entre os rankings do Record e os das entidades máximas do futebol. A partir do momento em que o Record dá uma informação na capa que a FIFA demonstrou ser falsa, entra-se no domínio do absurdo. Entra-se num enorme mundo de possibilidades que vão desde a considerar que os títulos de campeão nacional só são oficiais a partir de 1990, até apresentar uma classificação do campeonato em que a vitória dá 4 pontos. E apresentar um campeão na capa que não corresponde ao vencedor oficial.

Logicamente, o Record pode fazer o que quiser neste aspecto. É um jornal privado. Mas eu não faria o que o Record fez, pois como vocês bem dizem, respondem perante os leitores.

Cumprimentos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Resposta do Record ao e-mail de 08/08/2011

Nota da QdoC

Agradeço ao leitor o seu texto e o livre e correto exercício (salvo o último parágrafo, talvez...) do seu direito à discordância. E só não lhe dou uma resposta com a mesma dimensão porque a minha posição e a do Record são conhecidas e não mudam ao sabor de concordâncias e discordâncias: contamos a Taça Latina como título.

A FIFA tem outra "decisão oficial"? Ótimo, quando fizermos o ranking de títulos segundo a FIFA não deixaremos de respeitar essa decisão.

Mas quando elaborarmos o nosso ranking, fá-lo-emos segundo os nossos critérios. E sabe o leitor porquê? Porque não temos tutelas e não respondemos perante a FIFA, nem qualquer outra entidade. Respondemos apenas perante a lei e os leitores, e são eles, no apoio do trabalho que fazemos – e não do que alguns acham que devíamos fazer – que nos dão a liderança da imprensa desportiva em Portugal.

Quem não concordar connosco, sabe o que fazer: segue a concorrência, nomeadamente aquela que dá, aos adeptos ferrenhos de cada um dos dois clubes em causa, exatamente – e só – o que eles pretendem ler. Nessa política não entrará o Record.
http://comunidade.xl.pt/Record/blogs/quintadocareca/archive/2011/08/11/ainda-a-pol-233-mica-dos-t-237-tulos-de-benfica-e-fc-porto.aspx

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Exmos. Senhores,

Já há uns meses vos contactei, a propósito do mesmo assunto desta mensagem. Constatei que, na vossa capa de hoje, dia 8 de Agosto de 2011, aparece escrito que, com a vitória na Supertaça, o Futebol Clube do Porto ultrapassou finalmente o Sport Lisboa e Benfica em número de títulos oficiais: 70 contra 69. No entanto, para podermos considerar que o Benfica tem 69 títulos, teremos de considerar a Taça Latina como título oficial, o que é, para ser simpático, no mínimo duvidoso.

A FIFA, contactada pela agência Lusa, afirmou que a Taça Latina, competição por convite, não é um título oficial. O Record discorda e, até aí, tudo bem. Cada um é livre de ter a sua opinião. Eu acho que uma competição por convite, onde clubes convidados se recusaram a participar, para ir ganhar dinheiro em competições amigáveis ou porque não tinham jogadores, ao serviço das suas selecções no Mundial de futebol é tudo menos uma competição oficial, mas todos temos direito à nossa opinião. Agora o que me faz uma tremenda confusão é que o Record ignore a opinião da autoridade máxima do futebol mundial. Por muito respeito que eu tenha pelo Record e, por mais que ache que o jornal desempenha um papel de relevo no desporto nacional, não vejo que o Record tenha qualquer autoridade para fazer tábua rasa às decisões da FIFA. Se o Record decidisse que os torneios do Guadiana e de Guimarães, o troféu Teresa Herrera, a taça da Amizade, a Eusébio Cup e a Liga de Matraquilhos do café da esquina de Unhais da Serra fossem competições oficiais teriam os leitores de o aceitar livremente?

Eu compreendo que seja difícil aceitar que o Futebol Clube do Porto seja o clube português com mais títulos. Todos temos as nossas cores clubísticas. Também acredito, enquanto assisto divertido, que doa bastante assumir a queda de alguns mitos de supremacia, superioridade e grandiosidade. Mas nada disto justifica a forma leviana como o Record abordou o assunto, ignorando a decisão oficial da FIFA, enganando os leitores com capas como a de hoje.

Toda esta história da Taça Latina já irrita. A tentativa de adiar o inadiável e de mascarar a supremacia do Porto de forma tão absurda já cheira mal. Cheira tão mal que proponho que se mude o nome ao prestigiado troféu, passando a chamar-se Taça Latrina.

Com os melhores cumprimentos