sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Boa tarde,

Sendo um fervoroso adepto do Futebol Clube do Porto, instalei-me ontem, por volta das 20 horas, em frente à televisão, por forma a assistir ao jogo entre o meu clube e o Rapid Viena. Ainda que satisfeito com o resultado, e com a exibição do Porto, não posso deixar de demonstrar o meu desagrado pela forma como a transmissão deste jogo foi feita. Ainda que compreendendo os compromissos publicitários, fonte de receitas do canal, acho inadmissível que a ligação ao estádio seja feita 5 meros segundos antes do pontapé de saída e que os primeiros minutos de jogo sejam perdidos em saudações, apresentações e outras considerações, que não a narração daquilo que se está a passar em campo. É essencial não esquecer que nem toda a gente dispõe de Internet, ou outros meios de comunicação, que permitam tomar conhecimento da informação relevante sobre o jogo, como os onze titulares. Também importa referir que, dado o desconhecimento sobre a equipa austríaca que a maioria dos telespectadores possui, teria sido de bom tom fazer uma breve apresentação gráfica, com os onzes titulares, os suplentes, etc. O que sucedeu foi que esta informação foi dada oralmente, e de forma rápida, uma vez que o jogo já se havia iniciado, reduzindo o nome dos jogadores austríacos a uma amálgama de sons imperceptíveis.

Para além disto, o narrador, sr. José Augusto Marques, talvez confundindo o vermelho do Rapid Viena com o vermelho do Benfica, repetiu incessantemente o nome de Gaitán, conseguindo fazer com que o extremo benfiquista fizesse um lançamento no lugar de Jorge Fucile, fosse um defesa austríaco e marcasse um golo, não pagando os direitos de autor, na posse de Falcao. Por momentos pensei que o jogo se disputava no estádio da Luz, o que, de facto, não aconteceu. É evidente que, tendo em conta o que se tem passado, o jogador Gaitán, não se importasse nada de jogar no Futebol Clube do Porto, mas a verdade é que o jovem argentino é jogador do Benfica e encontra-se concentrado na luta pela permanência no principal escalão do futebol nacional.

Por fim, volto a um assunto já aflorado no primeiro parágrafo: a informação gráfica. Esta foi quase inexistente durante o jogo todo. Poucas ou nenhumas estatísticas foram mostradas, a constituição das equipas ficou esquecida numa qualquer gaveta e até a informação do canto superior esquerdo do ecrã, com tempo e resultado, foi retirada a meio do jogo, fazendo uma gloriosa reaparição aos... 90 minutos.

Peço que interpretem esta mensagem como uma crítica construtiva, no sentido de melhorar o serviço ao telespectador.

Com os melhores cumprimentos,


PS: Se fosse o clube onde actua Gaitán a jogar ontem, teríamos direito a resumo ao fim da noite, como acontecia na temporada transacta, ou teríamos uma dose de CSI na mesma?
Boa noite,

Ao ler a crónica da Sra. Leonor Pinhão desta semana no jornal ABola, fiquei chocado. Penso que, nos meus 23 anos de vida, nunca tinha lido, num jornal, um texto de nível tão baixo, pleno de mediocridade e de algum (muito) recalcamento mal contido. Se quisesse baixar a um nível próximo da crónica dessa senhora, uma vez que a educação que os meus pais me deram, me impede moralmente de responder à altura (o que não deixa de ser um contra-senso dada tamanha baixeza) de tão execrável texto, recomendaria à Sra. Leonor Pinhão que tomasse um Rennie, ou um Kompensan, que supostamente fazem bem à azia, mas sou superior a isso.

Assim, dirijo a minha reclamação ao jornal onde, desde há muitos anos, a Sra. Leonor Pinhão escreve semanalmente, perguntando como é possível um dos jornais com maior circulação em Portugal permitir que um texto destes saia publicado nas suas páginas. Note-se que o jornal ABola é lido por milhares de jovens em formação física e moral, o que me faz pensar se é proveitoso um texto conter 10 vezes a expressão "filho da puta". Creio que jornal ABola, dado o peso que tem na sociedade portuguesa, tem a responsabilidade de zelar pelos bons costumes dessa mesma sociedade e não permitir que assim se sujem as suas páginas, o que, só terá um efeito prático, a descredibilização do jornal.

Tenho plena consciência que vivemos num país livre, onde a liberdade de expressão existe e deve ser respeitada. Mas esta não pode servir de escudo para se poder escrever o que vem à cabeça. A liberdade de um indivíduo termina quando interfere com a liberdade dos demais. E esta interferência é latente nesta crónica. Esta crónica visa claramente o Futebol Clube do Porto, o seu presidente Pinto da Costa e todos os portistas, como é visível na referência a Pinto da Costa e nas expressões "Norte" e "9 pontos", que, diga-se, devem ser o mote para toda esta farsa escrita pela Sra. Leonor Pinhão, reputada escritora de contos de ficção e de argumentos para filmes.

É óbvio que, sendo este texto uma crónica, ela não tem de obedecer aos critérios editoriais do jornal, e muito menos ser isenta. Todos sabemos as cores defendidas pela autora dessas crónicas, cores essas que pautam os critérios editoriais do jornal, como afirma o Observatório de Deontologia do Jornalismo (não sou eu que o digo) no seu boletim de Julho, pagina 5:
http://www.jornalistas.eu/getfile.asp?tb=FICHEIROS&id=647
Não é a parcialidade da crónica que está em causa. Nada me move contra um jornal privado que demonstre preferência por A ou por B. É privado e só lê quem quer. Muito menos contra alguém que escreve artigos de opinião. Lá está, é uma opinião. Custa-me é aceitar que o jornal ABola aceite publicar uma pantomina destas, uma farsa, uma tentativa falhada de ficcionar uma realidade inexistente, ainda para mais quando esta tentativa de crónica é pautada pela má educação, o baixo nível e o desrespeito.

Em suma, creio que esta crónica não anda muito longe de ser um dos momentos mais negros das várias décadas de existência do jornal ABola. Aquilo que saiu na edição de hoje do jornal é vergonhoso e teríamos todos a ganhar se não se voltasse a repetir. Fica o reparo.

Com os melhores cumprimentos,